domingo, 7 de setembro de 2008

Ainda há índios isolados no mundo?

Há um mês, mais ou menos, a mídia divulgou uma foto de índios isolados na fronteira do Acre com o Peru (mais exatamente na Terra Indígena do Rio Evira).
Esse tipo de notícia ainda causa certo espanto, pois é quase absurdo crer que já no século XXI e, em plena época da "Idade Mídia", ainda possa haver alguma população isolada.

Mas Há!

Estimativas
apontam para mais de 20 grupos espalhados pela selva amazônica entre Brasil e Peru.
Como são isolados pouco se sabe sobre eles, e o desejo governamental é saber "cada vez menos".
Algo como : "Viva e deixe viver".

O Sertanista Sidney Possuelo diz que: " Índio bom é índio bravo".
Ele mesmo já fora vítima de emboscada de "isolados" quando andava por aquelas paragens. Tomou uma flechada no rosto que quase o matou.... mesmo assim defende a manutenção do isolamento.
O desejo de "desconhecimento" não impede que haja algumas informações sobre a situação dessas populações.
São difíceis de serem contatados, mas, às vezes, deixam rastros de sua existência.
  • São Nômades. Vivem em comunidades pequenas de 30 a 80 indivíduos (o que garante rápido deslocamento pela selva). Quando a comunidade cresce demais, tendem a se dividir em duas menores.
  • São caçadores e coletores.
  • Seu armamento é, em geral, feito de pedras e madeira (zarabatanas, arcos, flechas, bordunas e machadinhas). Mas, quando podem, assaltam viajantes e mateiros em busca de facas e outros utensílios usados por nossa cultura.
  • Evitam contato direto com a sociedade branca, mas o fazem em situação que estão em maior número, para saquear acampamentos dos "invasores" (é muito comum que matem a "ameaça" externa como forma de garantir sua sobrevivência).

Ou seja, eles sabem da existência de nossa sociedade. COM CERTEZA!!!

Povos que já foram isolados (mas que hoje têm contato conosco) afirmam que o barulho feito por máquinas e árvores cortadas como "raio laser", eram sinais como os de E. T.´s. efetuando invasão. Ou seja, sinal de perigo.

Isso nos leva a crer que o isolamento é voluntário, quer dizer que eles têm medo do nosso contato (talvez prevendo a loucura de nossa civilização) e fogem cada vez mais "mata a dentro".

De qualquer maneira é importante efetuar um cadastro "mínimo" sobre a existência desses povos.

Primeiro, porque ainda há no mundo quem pense que não há mais povos isolados. O jornal Britânico "The Guardian" chamou de "fraude" as fotos dos "Isolados do Rio Evira". Comparou os "Isolados" ao Monstro do Lago Ness (dizendo que há relatos de sua existência, mas que nunca foram, de fato, vistos) .

O Jornal teve de se retratar publicamente depois que o "Terra Magazine " e o Governo Brasileiro encaminharam protesto formal e provas da veracidade dos documentos apresentados.

O Governo Peruano também duvida da existência dessas populações por uma razão mais "mundana".

A Amazônia fronteiriça é um local que possui, entre outras coisas, madeira de lei, petróleo e gás natural. Ao assumir a existência desses povos, cresce a pressão interna e externa para a proteção dessa gente (principalmente no tocante à demarcação de Terras).

Sendo um local de interesse econômico intenso, é melhor duvidar da existência e, com isso, dar continuidade a extração mineral e vegetal da região.

Ou seja, apesar de ser quase "poético" imaginar sociedades em "estado bruto", ou como diria Hobbes "em estado de natureza" em pleno século XXI, deve-se vê-los como "refugiados ambientais", em constante ameaça de morte e que correm para locais cada vez mais isolados do mapa para garantir sua sobrevivência.

ÍNDIOS ISOLADOS EXISTEM, MAS CORREM O RISCO DE EXTINÇÃO.

(Foto, fonte Funai)

4 comentários:

Anônimo disse...

com o que se sabe hoje em dia sobre doenças, dominadas nos povos "civilizados", mas altamente prejudiciais a esses povos sem vacina, o contato deveria ser feito com extremo cuidado.
gravar o idioma, "catequizá-los"( absurdo ), são sonhos para os indiana jones desses ramos de atividade...
gosto do conhecimento, mas repetir as histórias sobre nossos índios, é triste demais.

Tigê Castro Sevá disse...

Na verdade, creio que não se deve contata-los.... a foto aérea a qual me referi no artigo deveria ser o mais proximo que se deve chegar.... é importante ter provas de que eles existem para que se justifique uma política de proteção.... eu também acredito que "índio bom é índio bravo".

(Desde já agradeço a leitura deste tão despretencioso Blog)

Anônimo disse...

Os tais índios que preferem viver isolados, na realidade, não o eram. Haviam sido identificados há muito tempo e nada têm a ver com as fantasias que se criam a respeito de índios "brabos" (como se fossem bichos).

Zé do Coco

Tigê Castro Sevá disse...

Para começar, não acho correto alguém postar comentário como "Anônimo" ou por "alcunhas" .... as pessoas que querem comentar deveriam assumir suas idéias ou não usar o espaço.

Mas vamos lá....

O Fato de serem "brabos" nos os torna bichos, são apenas avessos ao que não conhecem e ao diferente (como muitos de nós também somos). E como já disse, há mais de 20 povos que evitam o contato com a nossa sociedade.

De fato, já eram conhecidos.

A Funai tem uma divisão interna que existe apenas para estudar e catalogar (o que for possivel) sobre esses povos. O governo tem como premissa busca-los, sem contata-los, para poder demarcar suas terras e assim protege-los minimamente.
Mas, a idéia é mante-los da maneira em que eles gostariam de se manter (e a iniciativa de contato deve vir deles, ou não acontecerá).