domingo, 3 de janeiro de 2010

George Soros e a crise em "W".

O mega-investidor George Soros (foto) escreveu artigo reproduzido pela Folha de S. Paulo no dia 03/01/2010 dando sua posição sobre o momento atual e sua previsão para o futuro da economia mundial.

Para Soros, vivemos uma transição. O neoliberalismo, o tempo em que os Estados Nacionais deixam as finanças a cargo dos conglomerados globais, está com seus dias contados. A crise atual mostra a incapacidade das grandes empresas em manterem, o bom andamento da economia global quase sem regulamentação.

O mega-investidor afirma que este momento é mais delicado do que o vivido em 1929, visto que hoje as economias dos países estão efetivamente mais integradas, portanto, muito mais interdependentes e frágeis.

Soros acredita que a melhor maneira para solucionar a crise global que vivenciamos é uma maior interação entre todos os Estados Nacionais.

Admite que ações neste sentido já estão sendo tomadas mas critica a maneira"tradicional" como estas intervenções têm sido conduzidas.
Afirma que as injeções de capital feitas pelos Estados nos mercados são uma maneira "artificial" de garantir o sistema funcionando. Dá a entender que as soluções são velhas, entretanto a maneira como esta crise se apresenta é nova, desta forma crê que o problema foi adiado, mas não resolvido.

George prevê que poderá haver uma nova depressão dos mercados nos próximos 18 meses.
É o que alguns economista vêm chamando de "Crise em W" (devido ao formato do gráfico de crescimento econômico). Ao que parece, em 2010, estariamos chegando ao fim do "primeiro V".

Para evitarmos o "segundo V", Soros sugere que deve haver uma mudança de atitude dos governos e dos operadores do sistema econômico mundial, pois a ilusão do fim da crise está reavivando os vícios que a originaram.

Soros advoga que situações inéditas exigem soluções inéditas.
Propõe uma organização de caráter multinacional como a OMC ou o FMI, mas mais poderosa do que esses, com liberdade para orquestrar uma regulação mais "firme" dos processos financeiros e que impeça ações protecionistas dos países.

O aporte de dinheiro fornecido pelos Estados foi importante nesta fase atual da economia global, entretanto, é um artifício que não poderá ser repetido com tanta frequência. Os Estados nacionais têm seus próprios gastos para administrar e a população não aceitará que o dinheiro de seus impostos seja revertido para resgatar empresas que "dão passos maiores do que as pernas" ou que premiam executivos como Bernard Madoff (que foi preso por fraude financeira).

Outros como ele ainda estão soltos e podem causar danos de proporções tão grandes ou maiores do que os que já ocorreram.

Mudanças como as que apregoadas por Soros sempre são válidas.

Que venha o novo!