quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Na Guerra do Afeganistao, menos e' mais.

Uma das frases mais batidas sobre o(s) conflito(s) do Afeganistao e' a que diz:
"Afeganistao e' o pantano americano". Ou "O Afeganistao foi o pantano sovietico".

Essas frases sao mais do que simbolicas, atualmente elas sao bastante reais. A "Foreign Policy" dessa semana explica um dos por ques os EUA tem passado dificuldades para "pacificar"o pais e livra-lo dos talebans.

Os EUA usam grande variedade de veiculos de apoio 'as tropas em suas incursoes pelo pais. A "cavalaria" norte americana é composta por "Carros-de-Combate" Abrahams (foto), o maior "tanque" do mundo, passando pelas "Hummer", SUV's normais - como Ford Explorer ou Nissan Pathfinder- e quadriciclos e "snowmobiles" .

Os EUA tem muito medo de baixas militares. Cada soldado morto no Oriente Medio faz com que haja grande repercussao na America. Por conta disso, as tropas americanas sao orientadas a patrulhar o pais com os grandes veiculos blindados e nao com os veiculos "leves".

Os especialistas classificam essa postura do Exercito Americano como "um erro". Esses veiculos maiores tem dificuldades para andar no solo afegao (que em determinadas areas e' mesmo um pantano). Sendo assim, os "monstrengos" tem que andar apenas por vias largas e asfaltadas e acabam perdendo o "elemento surpresa" - muitas vezes necessario em uma guerra de guerrilha como essa. O Contra-ataque dos talebans e' manjado, como as vias de acesso sao restritas, eles instalam poderosas minas terrestres nas poucas estradas asfaltadas que existem e aguardam a chegada dos comboios americanos para iniciar as emboscadas.

Os "tanques" tambem nao conseguem chegar a muitas das areas do pais. Ha' um grande numero de vilas que sao "encravadas" em meio a cadeias montanhosas, com caminhos estreitos demais para os blindados. Resultado: diversas regioes nao tem suporte dos americanos para garantir sua seguranca.

Os analistas afirmam que uma opcao viavel e' a de usar mais os veiculos "leves" deixar os grandes "carros de combate" para acoes pontuais. Com veiculos mais ageis, dependeriam menos das vias asfaltadas e acessariam com mais facilidade as regioes montanhosas do pais. Poderiam realizar maior numero de acoes noturnas e melhorar o "elemento surpresa".

Outra postura considerada errada, por ser "covarde", e' o numero de veiculos nas composicoes dos "comboios". As patrulhas sao compostas por, pelo menos, quatro veiculos, dessa forma, quando andam nas estradas formam uma grande "serpente", mais faceis de serem interceptados pelos misseis RPG (bazuca) das "forcas de resistencia". Os veiculos leves ajudariam a fragmentar os comboios que poderiam se "desmanchar" ou se reagrupar com maior rapidez.

O medo do aumento das mortes de soldados faz com que os EUA aumentem a blindagem de seus veiculos e, para esses analistas, o caminho mais correto seria diminui-la.

Um daqueles casos em que "menos e' mais"

(Aos que se interessarem, vai o link da reportagem - em ingles - da "FP" )




(Imagem Fonte: http://www.swapmeetdave.com/United/Salute/Abrams.jpg)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Coreia do Norte diz: "Hey! Olhe para Mim!"

Ontem, uma forte troca de tiros de artilharia entre as duas Coreias fez esquentar o clima na peninsula asiatica.

Oficialmente, as Coreias ainda estao em guerra ja' que nunca assinaram um "cessar-fogo" para acabar com o conflito de 1950.
Desde entao, a Coreia do Sul cresceu e se tornou um dos "Tigres Asiaticos", um dos paises mais industrializados da regiao.
Coreia do Norte se isolou em uma "ditadura socialista" das mais fechadas do globo, se "desindustrializou" e so' tem a China como grande parceiro.

Sem muito a oferecer ao mundo em termos economicos-comerciais, a Coreia do Norte, 'as vezes, da' um "susto" na comunidade internacional para que as pessoas se lembrem de sua existencia.
Ha' alguns anos afirmou que havia completado seu ciclo atomico e testou uma bomba nuclear (dizem...).
Seu vizinho do Sul e o Japao ficaram "de cabelo em pe', mas nao abriram dialogo.
No inicio deste ano, os norte coreanos afundaram um navio pesqueiro da Coreia do Sul em uma area de mar disputada pelos dois paises. Novamente o mundo se lembrou dos norte-coreanos, mas foi so'.
Agora, mais esse incidente em area de disputa.
Deve-se ressaltar que a Coreia do Sul e os EUA estao realizando exercicios militares em conjunto na mesma regiao nesse exato momento.

Clovis Rossi, na "Folha de S. Paulo" de hoje, afirma que esse e' um "pedido para conversar", e que, portanto, nao e' provavel uma volta dos conflitos na Peninsula Coreana.
Compartilho dessa posicao.

Uma guerra na regiao nao interessa a ninguem. Os motivos que levaram aos conflitos de 1950 ja' nao se justificam.

Aparentemente, esse "pedido" de dialogo ocorre por conta processo de sucessao na Coreia Comunista.
Se em um pais grande e solido a sucessao de governo pode ser motivo de preocupacao, imagine em um pais nas condicoes da Coreia do Norte.

E' um jeito curioso de pedir para conversar, mas ha' um dito em Politica Internacional:

"A guerra tambem e' uma forma de se fazer politica."


Kim Jong Il (foto) sabe disso.


(Em Tempo: A China deve acabar intervindo em favor da Coreia do Norte no Conselho de Seguranca da ONU e, assim, apaziguar mais essa crise.
O "Gigante Asiatico" e' o maior interessado em manter a ordem na regiao.
Em um possivel conflito, os refugiados de guerra norte-coreanos "inundariam" a fronteira da "Republica Popular" o que nao e' uma boa ideia para um pais que ja' tem pessoas demais.
Os chinenses usariam seu poder para acalmar o Ocidente ate' o proximo acesso de "negociacao" do Ditador Jong Il.)

(desculpe a falta de acentos, espero resolver isso essa semana)



(imagem: http://www.whateverlah.com/index.php/2006/10/11/719)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

"Esqueceram de Mim" ou "Dilma nao gosta de Amora"

A "Era Dilma" nem comecou e a ex-ministra ja' aprontou das suas.
O "debut" internacional de Dilma esta' ocorrendo na reuniao do G-20 na Coreia do Sul.
Momento de transicao, fim do "Governo Lula", clima de festa de fim de ano.... situacao propicia para homenagens e "concordia", certo?

NOT!

Celso Amorim, Ministro das Relacoes Exteriores mais longevo no cargo ( mais de 1o anos), merecia uma despedida mais digna de sua importancia.

Dilma e sua equipe de transicao "esqueceram" de mandar as passagens de Amorim para a Asia.

Que Amorim nao iria continuar ja' era sabido. Mas foi, no minimo, deselegante nao chama'-lo para a ultima reuniao de cupula de seu mandato como ministro.

Amorim e' um dos principais responsaveis pelo sucesso da politica externa do Governo Lula, aparte alguns erros (todos nos os cometemos), suas acoes elevaram o moral do Brasil no exterior e deram voz ativa ao pais nos foruns internacionais.

Na minha humilde opiniao, um dos melhores ministros que ja' ocupou a cadeira do "Itamaraty" em tempos recentes.

Ainda nao esta' claro o significado dessa postura de Dilma, imaginava-se que o sucessor de Amorim no Itamaraty seria Antonio Patriota, atual Embaixador do Brasil em Washington.

Patriota e' herdeiro legitimo da postura de Amorim e de Samuel Pinheiro Guimaraes, seria a escolha da continuidade.
Com o "passa-fora" aplicado a Amorim pairam duvidas sobre a vertente que o proximo governo adotara' na area externa.

A "Folha de S. Paulo" especula dois nomes para assumir MRE (Ministerio das Relacoes Exteriores):
Nelson Jobim (atual ministro da defesa) e Jose' Viegas (ministro da defesa do primeiro mandato de Lula).

Pessoalmente, acho que a proxima Presidente (me recuso a usar o termo "presidenta") deveria ser mais respeitosa com esse ministro que tanto contribuiu para o Brasil. Para honrar o legado de Celso Amorim deveria escolher Patriota (agora, tudo indica que nao).

Ao que parece, os "ventos de mudanca" ja' sopram no Planalto. Resta torcer para que sejam mudancas para melhor.....



(PS: Sigo com problemas para acentuar algumas palavras, agradeco a compreensao)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A Reforma do Conselho de Seguranca da ONU.

A reforma do Conselho de Seguranca da ONU e' um assunto que, volta e meia, surge nas discussoes sobre Relacoes Internacionais e Poder.

Para fazer um breve historico, a Conselho de Seguranca da ONU (C.S.-ONU). E' o organismo de "alta cupula" da Organizacao das Nacoes Unidas. E' no C.S.-ONU que a maioria das decisoes importantes sao tomadas, principalmente quando trata-se do assunto "guerra-paz".
O C.S-ONU tem 65 anos, possui 5 nacoes com cadeiras "permanentes" e outras 10 nacoes em cadeiras "rotativas".
As "cadeiras permanentes" (EUA, China, Reino Unido, Franca e Russia), pertecem aos vencedores da Segunda Guerra Mundial e sao as unicas que possuem direito a "veto" em votacoes.
Para se aprovar uma medida e' necessaria a aprovacao de 9 membros (incluindo os 5 permanentes), com apenas "UM" veto a proposta e' derrubada.

Apos os 65 anos de ONU, o mundo passou por grandes mudancas, todavia o C.S.-ONU continua igual 'a epoca de sua fundacao.
Muitas potencias e muitos paises emergentes pedem, ha' algum tempo, a reformulacao do orgao para uma "configuracao mais condizente com a realidade atual".
Dificil acreditar em um organismo de tanta importancia sem o Japao e a Alemanha como membros permanentes.
Entretanto, quando se fala em reforma imagina-se algo mais amplo, que afete todos continentes.

Os principais postulantes a vaga permanente sao:

Alemanha, Japao, India, Brasil e Africa do Sul.

Cada um desses paises sofre restricoes para sere aceito.

A Alemanha tem problemas com a Franca; o Japao e a India, com a China; a Africa do Sul, com a Nigeria; e o Brasil, com a Argentina e o Mexico.

A pressao para que haja a mudanca existe, assim como a vontade de manutencao do status quo (quem te Poder nao gosta de dividi-lo).

Volta e meia os paises se manifestam em relacao 'as tais mudancas, mas o fazem de maneira vaga e aleatoria. Ontem, foi o Presidente dos EUA, Barack Obama, que, em viagem 'a India, pregou a entrada do pais no C.S. .
A China encarou a declaracao de Obama como "provocacao de ultima hora", visto que os mandarins e os ianques travam uma verdadeira "guerra cambial" no ultimos meses.

O Ministerio das Relacoes Exteriores do Brasil recebeu a colocacao de Obama como "positiva", acreditando que o dialogo podera' levar 'a mudanca pretendida.

O otimismo do Brasil deve ser moderado.
Acredito que o C.S. -ONU sera' modificado, mas tenho minhas duvidas em relacao 'a maneira como isso ocorrera', e quando.
Nesse momento, concordo com os chinenses. A fala de Obama soa como "factoide jornalistico" para agradar indianos e para desviar as atencoes em relacao 'a estagnacao economica americana, 'a derrota parlamentar do Partido Democrata e 'a queda de popularidade interna de seu "Commander-In-Chief " .

A mudanca do C.S. e' aguardada, mas atos sempre foram mais significativos que palavras, continuamos 'a espera.

(Imagem Predio da ONU- fonte: site infoescola)


(desde ja' me desculpo pela falta de acentuacao de algumas palavras, venho enfrentando problemas com meu "micro", espero resolve-los em breve.)