segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Algodão vence o Cotton na O.M.C.

O Brasil venceu a última instância da batalha judicial que travava contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) acerca dos subsídio financeiros que o país "ianque" fornecia a seus agricultores de algodão. Tal medida prejudicou, assim, as exportações mundiais do produto brasileiro, mais competitivo.

Para restringir o mercado e diminuir a comeptitividade do produto brasileiro, o "Tio Sam" criou benefícios para seus campesinos que podem chegar a US$ 800 milhões só este ano.

A vitória brasileira na Côrte da OMC é um passo importantíssimo para a produção agrícola nacional. As condições privilegiadas de solo e clima do Brasil garantem bons produtos a preço baixo.
Além do algodão, prduzimos barato: carne bovina, soja, suco de laranja e álcool de cana.

Esses produtos ainda sofrem com a concorrência subsídiada não só nos EUA, mas também em países da Europa.
O Brasil mantém ações judiciais para derrubar o auxílio financeiro fornecido a esses e outros produtos, sendo aasim, esta decisão favorável poderá auxiliar o país na solução dos outros conteciosos existentes.

Ainda não está clara a forma como o Brasil irá efetuar a cobrança frente aos EUA. Poderá ocorrer uma retaliação formal ou mesmo uma sobretaxa a produtos norte-americanos que entrem aqui.

O mais importante disso tudo é a jurisprudência criada a nosso favor.

A lógica de mercado prevê que o produto de melhor qualidade e preço mais baixo tenha mais aceitação junto ao consumidor. Os países de Primeiro Mundo se utilizam de seu poder econômico para tentar modificar este principio, medida que vinha funcionando contra nós até este momento.

Pelo bem do livre-mercado epera-se que, de agora em diante, todas as medidas econômicas protecionistas - diretas e indiretas - dos países desenvolvidos passem a ser reprimidas com o mesmo vigor aplicado neste caso do "Algodão X Cotton".

sábado, 29 de agosto de 2009

Uma semana de perdas para a democracia.

O circo armado pelo Senador Suplicy ao mostrar um cartão vermelho para o Senador José Sarney foi patético, atrasado e inócuo, como o próprio Suplicy costuma ser. "O pai do Supla" já sabia que todos os processos que tramitam em nome do "Imortal" seriam arquivados. Ficou parecendo cena montada para a "enorme" audiência da TV Senado. Realmente estão todos "se lichando para a opnião pública". Um aumento de uns trocados no "bolsa-miséria" e todos se reelegem em 2010.

O PT-Governo livrou Antônio Palocci de condenação no S.T.F. pelo crime de quebra de sigilo bancário do "caseiro Francenildo".
Em 2006, o ex-ministro foi acusado de usar da influência de seu cargo para obter informações sigilosas junto à "Caixa Econômica Federal".

Gilmar Mendes, em novo desrespeito à Democracia, puxou a votação que devolveu os direitos políticos ao deputado petista. Com apenas uma canetada, o magistrado criou mais um candidato para as próximas eleições.

Candidato a o quê mesmo?

Isso ainda não se sabe. Inicialmente, seria o Governo de São Paulo, mas há quem queira ver Palocci disputando o Planalto. São duas as possibilidades.

Em São Paulo, Marta Suplicy quer ser -novamente- a candidata petista, sofre resistência dentro do PT e no eleitorado da cidade, então, nem se fala. Palocci disputaria as prévias do partido contra a "Mãe do Supla".

A outra possibilidade é a disputa nacional. Dilma Rousseff é a escolhida do Presidente, mas não do resto de seu partido. A "companheira" Dilma ainda não decolou nas pesquisas, tanto o "fator Marina Silva" como as acusações que pairam sobre ela, tiraram-lhe ainda mais eleitores.
Palocci, por sua vez, poderia usar a sua imagem de "ex-ministro da economia", tal qual um FHC da esquerda, jogando Dilma para escanteio e brigando com José Serra pela Presidência.

Com a absolvição de Palocci no STF fica a imagem de que os Três Poderes, que deveriam ser independentes entre si para preservar os instrumentos democráticos, estão articulados em torno da Máquina Petista.
Alguns juízes de nossa Suprema Côrte ainda tentaram evitar esse desrespeito às leis e à Moralidade, são eles, Ayres Britto, Carmem Lucia, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. Os outros participantes do julgamento acompanharam o voto do Presidente Mendes e absolveram o deputado petista.

Hoje acordei com vergonha do Brasil, e eles "se licham"....

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Trem-Bala de papel e a Copa 2014

A Copa 2014 promete ser a maior gastança de dinheiro público que se tem notícia nesse país. Para nos adequarmos ao evento, que dura exatos 30 dias, serão necessários enormes investimentos de infra-estrutura. Virão novos estádios, melhorias na rede aeroviária e a "menina dos olhos" do sudeste brasileiro: o Trem-Bala Campinas-São Paulo-Rio.

O Projeto já está descrito no PAC do Governo Federal . O orçamento já estourou em relação ao previsto inicialmente, e agora gira em torno de R$ 35 Bilhões, a tendência é que este valor também suba, podendo chegar a muito mais do que isso.
O caminho entre as duas capitais possui vários acidentes geográficos o que o torna um projeto complexo do ponto de vista da engenharia.

Uma obra similar realizada em Taiwan custou os mesmos R$ 35 Bilhões, ligou duas cidades que ficam a 350km de distância entre si e demorou sete anos para ser concluída. Hoje roda com 25% dos passageiros previstos e tem dificuldades para atrair o investimento da iniciativa privada, já que concorre com o transporte aéreo.
São Paulo fica a 450km do Rio (100km a mais do que o exemplo taiwanês), e estamos a menos de cinco anos de nosso "evento-mór".
O trem paulista também não deverá ser tão "bala" assim, pois já há um lobby para que existam outras estações entre Rio e SP (como São José dos Campos e Jundiaí). Caso fique lento demais, perde-se o fator "concorrência" frente às companhias aéreas, que em tempos de promoção podem cobrar menos de R$ 50,00 por trecho .

Dados extraídos da "Folha de SP" afirmam que com os mesmos R$ 35 Bilhões seria possível construir 170km de metrôs na capital paulistana.

Não seria mais inteligente usar essa "bala" toda para ajudar a desafogar os congestionamentos de São Paulo?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

José Serra e Marina Silva juntos ?

Marina Silva realmente mexeu no tabuleiro eleitoral de 2010. O que parecia um plebiscito entre situação e oposição ganhou novos contornos nos últimos dias.

Marina entraria na disputa pela presidência, não para ganhar, (pois ainda não tem apelo para tanto), mas roubaria muitos votos de sua desafeta Dilma Rousseff.

Parece que o PSDB sabe disso e resolveu ir mais longe. Já começa a circular na mídia uma possível aliança entre PV e PSDB, na chapa sairia José Serra como candidato à presidência em composição com Marina Silva, que seria vice.

Até o momento Marina nem deixou o PT, mas o pessoal do PV está oferecendo mundos e fundos para que ela o faça.

Marina Silva já declarou seu amor ao PT, é filiada ao partido há 25 anos, também é figura histórica no partido mas foi relegada a segundo plano no último ano. Mudando para o PV, um partido que tem tudo a ver com ela, seria protagonista da legenda.

O Partido Verde é aliado de longa data do PT, mas vem se descolando do "partido lulista" nos últimos anos, com isso, passa a ser assediado pela oposição.

Fica a dúvida:

A briga de Marina Silva com Dilma Rousseff vale a aliança com José Serra?

As eleições 2010 ganham opções e emoções.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Marina Silva pode entrar na corrida para o Planalto - 2010

A informação ainda não foi confirmada oficialmente, mas é grande a chance da Senadora Marina Silva (PT-AC) ser mais uma concorrente à Presidência da República em 2010.

Para isso ocorrer, a Senadora deve sair do PT, da candidata Dilma Roussef, e juntar-se ao PV.

O que isso significa na prática?

Bom, só o boato de sua entrada na corrida presidencial já é o suficiente para causar algum barulho, afinal é "fato novo".

E não é qualquer fato novo, Marina tem muitos atributos que, bem aproveitados por seu partido, podem levar a uma surpresa nessa disputa.

A biografia dela é interessantíssima:

Nasceu no interior do estado do Acre, foi contaminada por mercúrio do garimpo durante a infância (o que lhe causou problemas de saúde até hoje).

Foi analfabeta até os 18 anos. Após ser alfabetizada pelo método do "mobral" completou o colegial e conseguiu entrar na Universidade Federal do Acre.
Foi professora do ensino médio, engajou-se em movimentos sociais e sindicais. Fundou a CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Acre, ao lado do seringueiro (e mártir) Chico Mendes.

Candidatou-se a vereadora de Rio Branco e depois deputada estadual do Acre, venceu ambas como candidata mais votada. Em 1994 elgeu-se como a primeira senadora do Acre vinda "do povo" (e não da elite do Estado). Foi re-eleita em 2002 e lá permanece até o momento.

Com a subida de Lula à Presidência, em 2003, tornou-se Ministra do Meio Ambiente e um dos ícones mais importantes do primeiro mandato de Luis Inácio.
Era o exemplo vivo da "nova fase" do Brasil, personificava o "povo no poder", era um símbolo da diversidade. Marina era humilde, lutadora, cabocla e seringueira. E, assim como Lula, havia "chagado lá".

Foi a esperança daqueles que achavam que o novo governo iria dar mais importância às causas ambientais (ela mesma deve ter pensado desta forma).

O cotidiano do governo fez Marina perceber que seu ministério não havia ganho novo "status". Brigou contra a bancada ruralista, contra licenças-relâmpago para grandes obras e perdeu.

Perdeu calada outras tantas vezes. Foi aviltada, confrontada e desrespeitada.
Cansada de ser esquecida pelo Presidente saiu do Ministério do Meio Ambiente em 2008.

Volta agora para chacoalhar a corrida ao Planalto.

O PV afirma que as pesquisas lhe dão 12% do eleitorado, se assim for, é um nome novo que já chega forte.

É uma pessoa acustumada a lutar, não me surpreenderia se crescesse ainda mais ao longo da disputa.

Seu maior problema, em caso de vitória, seria conseguir maioria no Congresso para governar, afinal o PV é um partido pequeno..... Mas aí já estou supondo demais....

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Celso Amorim sentencia fim da Lua-de-Mel com os EUA. - Parte 2

No Post anterior comentei algumas impressões que tive sobre a entrevista de Celso Amorim à Folha em relação ao crescimento da presença militar americana no Cone-Sul.

O Ministro Amorim, já distante da euforia criada pela subida de Obama ao Poder nos EUA, prevê momentos dificeis nas relações comerciais entre os dois países.

Os pontos de atrito seriam:

"Os impasses da Rodada de Doha"

"A redução das tarifas ao Etanol brasileiro no mercado norte-americano".

"Comércio bilateral Brasil-EUA e a ALCA"

Para resumir, a "Rodada de Doha" é um fórum de discussões entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos que visa a diminuição das desigualdades nas relações comerciais entre os países desses dois "blocos" informais.

O Brasil é uma peça fundamental nesse fórum, pois é lider da América do Sul, possui boas relações diplomáticas com quase todos os participantes do fórum e ainda possui longa tradição em política internacional.

Os EUA são "A" grande potência mundial, e eles juntamente com os outros países do Primeiro Mundo, criaram barreiras diretas ou indiretas ao livre-comercio das nações.
Mormente aos produtos agrícolas, que são o ponto forte do comércio das nações subdesenvolvidas.

No Governo Republicano de Bush as negociações eram dificultadas pois seu eleitorado e também o Congresso eram majoritariamente compostos pela parte "caipira" dos EUA, justamente a que seria mais afetada por uma queda nos preços dos produtos agrícolas. O próprio Bush é do estado do Texas, uma das regiões mais agrícolas e caipiras dos EUA.

Esperava-se que com a chegada do democrata Obama à Casa Branca algumas dessas barreiras tarifárias fossem derrubadas ou, ao menos, relaxadas.
O Chanceler brasileiro não crê que isso vá ocorrer nos próximos anos.
Ao que parece a mudança do Congresso e do Presidente dos EUA não alterou a Agenda norte-americana para o comércio mundial.

Esta postura dos EUA atrapalha as exportações brasileiras de Etanol (álcool combustível) ao país do norte. Os EUA são um enorme mercado consumidor de Etanol, mas produzem boa parte do que consomem pelo processamento de milho. Tal processo é caro, e isto tornaria a opção brasileira (álcool de cana) muito mais atraente, pois seu processo, além de mais barato é também mais "verde".

Infelizmente, o Presidente Obama, durante a campanha eleitoral, prometeu aos agricultores americanos que continuaria a conceder descontos ao etanol de milho (deles) e a taxar etanol de cana (o nosso), para assim não causar desemprego nas lavouras Norte-Americanas.

Mais uma medida protecionista que prejudica um produto competitivo do Brasil.

A ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), versão americana da União Europeia, também não avançou.
Para Amorim isso não chega a ser um problema, pois da maneira que estavam progredindo as negociações seria desvantajoso para o Brasil aceitar participar deste projeto da maneira como ele está formulado.

O México, atrelado aos EUA pelo NAFTA (Área de Livre Comércio da América do Norte), sofreu recessão de -5%, se tivessemos entrado na ALCA poderiamos estar com indices parecidos aos mexicanos.

Tivemos crescimento de 1%, o que pode ser considerado ótimo para a situação atual da economia.

Ou seja, a "nova-velha" postura americana não deveria nos assustar, é apenas "mais do mesmo" com nova roupagem.

Como se vê: "Nem tudo o que reluz é ouro".

domingo, 2 de agosto de 2009

Celso Amorim sentencia fim da Lua-de-Mel com os EUA. - Parte 1

Hoje, domingo, a Folha de S. Paulo divulga em sua capa entrevista com o Minístro das Relações Exteriores Celso Amorim (se Deus quiser, meu futuro chefe).

Divido com ele algumas preocupações relacionadas à postura que os EUA vêm projetando para a América do Sul.

Dentre os diversos assuntos em questão, pude destacar o crescimento da ação militar dos EUA no Cone Sul e as relações comerciais entre Brasil X EUA.

Falarei primeiro das relações militares.

No mesmo momento em que o Governo dos EUA anuncia a redução de seus efetivos no Oriente Médio surge a informação de criação de mais bases militares na Colômbia.

Significa que os EUA não estão menos bélicos por causa de seu novo presidente, apenas mudaram o foco e reforçaram seu papel de "policia das Américas", que já dura pelo menos cem anos.

O "Plano Colômbia" [de controle ao narcotráfico] já existe há bastante tempo, e se caracteriza por ser uma ação dos EUA em conjunto com o governo local para erradicar o tráfico de cocaína e desarticular as FARC´s (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) grupo terrorista que atua no país.

Já faz algum tempo que as FARC vêm perdendo seu poder de ação e sua importância tem caido ano a ano.

Isto justificaria uma retirada de tropas norte-americanas, todavia o que vem ocorrendo é justamente o inverso, os EUA estão levando mais pelotões ao país e construirão uma base aérea na região.

Esta atitude levanta algumas dúvidas, mas como o Governo Brasileiro não pode se pronunciar oficialmente antes de ouvir o que os EUA tem a dizer, fica "no ar" que a atual preocupação dos "ianques" no Cone Sul é mesmo a Venezuela e o Brasil (ou melhor, a Amazônia brasileira).

Desde a "Era Bush" os EUA não escondem suas desavenças com o governo do venezuelano Hugo Cháves, de fato, acreditam que este possui fortes ligações com o narcotráfico e com as "moribundas" FARC.

O Brasil, por ser um dos líderes do continente, tem motivos para preocupação. O chanceler brasileiro tem razões de sobra para exigir explicações dos EUA.

Resta saber se estas explicações serão dadas, e se serão convincentes.

(sobre as relações comerciais falarei no próximo post).