quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Após quatro meses, o impasse em Honduras caminha para o fim.


As "férias" do presidente (deposto) Manoel Zelaya (foto) na embaixada brasileira em Honduras parecem estar chegando ao fim.

A crise política hondurenha, que está no quarto mês, caminha para a solução graças à intervenção mais "pró-ativa" da diplomacia norte-americana nos últimos dias.

Os EUA, que até pouco tempo agiam de maneira tímida frente ao impasse do país caribenho, usaram sua conhecida "persuasão" econômica sobre esta nação centro-americana com o objetivo de solucionar, de uma vez por todas, o golpe ali instalado.

Os "ianques" correspondem a 70% de todo o comércio exterior de Honduras, bastou ameaçar o pequeno país com sanções econômicas severas que o discurso de Micheletti (o presidente golpista) começou a "amolecer".
Quando se mexe nas finanças de alguém é muito comum que as atitudes passem por alterações significativas, em Honduras não foi diferente.

O Brasil acabou por tornar-se peça-chave nesta crise centro-americana.
Demos refúgio ao presidente "deposto" e lideramos as negociações em busca da volta à normalidade naquele país. Nada mais natural para um país como o nosso, afinal, somos a segunda maior economia de todo o Continente e desejamos ampliar nossa influência regional (quiçá global).

Fazer parte do Conselho de Segurança da ONU é a meta final da diplomacia "tupiniquim".
Seria o aval internacional de que somos, de fato, parte dos "países desenvolvidos", sinal de respeito e apreço mundial.
O protagonismo nas questões políticas regionais são tidos como atos necessários para fazer crescer nossa "moral" lá fora.
Para "mostrar serviço" aos líderes do CS-ONU, o Brasil age em várias frentes:
lidera as "Forças de Paz" da ONU no Haiti; discute os rumos novos do "Plano Colombia"; faz a "ponte" entre Venezuela e EUA ....

O Brasil quer aproveitar a boa imagem externa que vem construindo ao longo dos últimos anos para garantir uma inserção "diferenciada" nas relações internacionais do século XXI.

Nosso país fez o que estava a seu alcance para resolver a situação em Honduras, mas tudo indica que foi mesmo o poder (econômico) dos EUA que deu um ponto final à questão.

Somos líderes do "bloco emergente", já desfrutamos de alta consideração mundo afora....
Lula pode ser "o cara", mas quem manda nas Américas são os EUA e Obama é "The Man".