sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Primitivos somos nós.

Há alguns anos (em 2003, mais precisamente), estudos já comprovavam a existência de uma civilização "pré -histórica" muito desenvolvida na região do Rio Xingu.
A dificuldade de prospecção de material que elucide mais aspectos desta civilização se dá, principalmente , por que elas não deixaram nenhum legado arquitetônico para as gerações futuras (como as Pirâmides Egípcias ou os templos Mayas e Aztecas ), o que não diminui sua relevância. Já foram encontrados mais de 28 locais residenciais desta população ,além de alguns escombros, restos de fortificações e casas..
Os próprios índios xinguanos (os atuais), têm ajudado neste projeto, visto que conhecem muito bem a área em estudo.
Já se sabe que viveram no período (aproximado) de 500 d.C. até 1550 d.C., reforçando a idéia de que a chegada do colonizador europeu acelerou sua decadência , como ocorreu em quase todo o continente americano. Possuíam grandes núcleos "urbanos" com até 1.000 indivíduos, somando a isso as vilas satélites, podiam chegar ao incrível número de 2.500 habitantes por comunidade.
Estimativas apontam para o incrível número total de até 100.000 habitantes em todo o "complexo urbano" do Xingu .
Tinham noções avançadas de "urbanismo", construindo largas vias de acesso entre as comunidades que desembocavam em grandes praças centrais (respeitando o eixo Norte -Sul terrestre).
As aldeias Kuikuro (habitantes atuais) seriam versões miniaturas do que ocorreu no passado. A geografia aplicada no formato das atuais aldeias segue o modelo ancestral ( só que em menor escala).
Imagine a complexidade de manter essa quantidade de pessoas em condições dignas de sobrevivência? Como conseguir água, comida para subsistência adequada? Como controlar politicamente tantas pessoas? Desafios que só o tempo desvendará (ou não).
Como se vê, ainda sabemos muito pouco sobre os povos da pré-historia americana (do cone sul) e, por desconhecimento, muitos subestimam a capacidade de organização social e política dos primeiros habitantes dessas terras.
(fonte : Ambiente Brasil / OESP)
PS: Sei que o assunto da semana ainda é a TI Raposa/Serra do Sol no STF, mas para escrever sobre isso de maneira mais adequada, usarei meu final de semana para ler o maior número de reportangens e artigos sobre a problemática.

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