segunda-feira, 12 de maio de 2008

A Eterna Ameaça à Internacionalização da Amazônia.

De tempos em tempos a soberania brasileira em relação à Amazônia é colocada em xeque.
Não é de hoje que os "gringos" questionam nossa posse. Destruíram sua biodiversidade durante sua trajetória desenvolvimentista e agora, ao adquirir "consciência ambiental" (muito suspeita), querem nos ajudar a gerir nossa própria fauna e flora.

Argumentam: "Pobres chicanos, têm uma benção tão grande 'nas mãos' e não conseguem, ao menos, preserva-la de modo adequado devido sua miséria e 'brutalidade' civil . Nós, por outro lado, possuímos cidadanias constituídas e conhecimento tecnológico avançado. Temos total condições de gerir este rico ambiente de maneira adequada".

Argumento raso e que soa como : "Se não cuidas bem de sua casa, abra espaço à quem o faça."
Mudam as acusações, mas sempre acabam batendo na tecla da incapacidade de gestão da Floresta .

Nos anos 80 eram os adesivos nos carros norte-americanos: "The Amazon Forest belong to U.S.". (com direito a trocadilho e tudo).
Nos anos 90, o narcotráfico e as Farc compunham o argumento que justificaria uma intervenção militar Estadunidense na Amazônia . Esta seria iniciada via Selva Colombiana e chegaria ao Brasil rapidamente.
Nos anos 2000, a intervenção militar "gringa" se daria devido o "pseudo" crescimento de organizações terroristas (como a Al-Qaeda) no Hemisfério Sul pós 11/09.
Argumento este, que camufla razões mais profundas.... A importância de commodities (como a água e minérios) , a ação da Floresta como "radiador" contra o aquecimento global e valor da biodiversidade para os laboratórios farmacêuticos e conglomerados agroindustriais. Este sim, mais críveis como motivos intervencionistas.

Em argumentação que já se tornou famosa, Cristovam Buarque foi questionado em um Fórum Internacional ocorrido em NY (em Setembro de 2000), sobre sua posição como Diplomata e Humanista (e não como brasileiro) sobre a real possiblidade de "internacionalização da Amazônia" .

Respondeu, de maneira magistral, que era à favor da Internacionalização da Floresta, desde que, todas as mazelas e benésses mundiais fossem compartilhadas de maneira igual. Seriam divididos entre todos: os combustíveis fósseis, as descobertas tecnológicas, a solução para a mortalidade infantil e para a fome, o acesso à cultura, educação e saúde.
Quando isso ocorresse, o Brasil estaria pronto para compartilhar sua famosa Floresta com o Mundo.

(bato palmas para o nosso ex-ministro, argumentação de alto nível).

Agora, a "ameaça" à soberania é interna. Vêm de setores que fazem isso para criar um (inexistente) clima alarmista, que visa insuflar a opinião pública contra os índios, esquecendo-se que estes também são brasileiros, que lutaram e lutam na defesa de nosso território aonde o Estado "não chega".

O Exército, atualmente, tem preferência por alistar índios. Eles conhecem "a mata" como ninguém e já compõe grande parte dos pelotões de fronteira no norte do país. Colaboram, enfim, com a manutenção do Estado Brasileiro na Floresta. Os Militares sabem, melhor do que ninguém, que o risco de invasão "externa" é baixissimo, para não dizer, nulo. Assim como é, também, impensável declaração de independência de algum povo indígena habitante do Brasil.
Mesmo assim, "atiram no pé" quando afirmam o contrário. "Esquecem-se" das dezenas de Pelotões de Fronteira montados dentro de Terras Indígenas.

A elite "sulista" do Brasil (como o mal-informado cineasta Arnaldo Jabor), costumeiramente argumenta que as nações indígenas irão declarar "independência do Brasil" com ajuda de "Ongs Estrangeiras".
Ignora o fato de que foram eles, os índios, que defenderam o Norte da invasão inglesa, "demarcando" e protegendo a área, que hoje, que separa o Brasil da Guiana.

Ignora também a Constituição Federal , que prega: " As Terras Indígenas são de posse da União cedidas, em regime de usufruto, aos povos indígenas que as habitam."

Seguindo esse argumento, quando se instalar um (possível) "regime de exceção" (como numa Guerra, por exemplo), as Terras Indígenas são passíveis de ser retomadas pelo Estado Nacional até que a contenda termine.

Ou seja, o risco de vermos "Nações Indígenas" declarando independência territorial do Brasil é REALMENTE NULO.

Nos anos 80 o risco à soberania brasileira era atribuida aos Yanomami, hoje, aos Makuxi da TI Raposa/Serra do Sol. Amanhã quem será acusado?

Os "corneteiros da desgraça" estão sempre procurando falsos problemas para alardear a fragilidade institucional brasileira. De fato, o Brasil possui muitos problemas, mas o risco da internacionalização, há muito, não é um deles.

Por sorte, Lula parece saber disso.

Enquanto o Brasil possuir uma cadeira na ONU, creio, terá sua soberania territorial e política respeitada. Sendo assim, nenhum "gringo" mete o nariz em assunto que não lhe compete.

A AMAZÔNIA É NOSSA!. Mordam-se de raiva.


2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Tige, tudo bem?
Aqui é a Japa, amiga da Cica de 20 anos!
Gostei muito da proposta do seu blog, e gostaria de te indicar o seguinte site: http://www.treehugger.com
Eu recebo um ""newsletter" deles semanalmente, onde informam várias saídas ecológicas pra absolutamente tudo. Seria interessante pra vc, ficar ao par dessas novidades. Se inscreva também!
Um abs, bjs na Cica.

Tigê Castro Sevá disse...

Olá Japa, agora só falta eu te conhecer pessoalmente. A Cica sempre fala muito bem de você....

Obrigado por ser mais uma "cobaia" deste meu, recém-criado, projeto "internético". Espero que esteja gostando, a intenção é melhorar e aumentar a cada dia. Seu comentario só me ajuda a evoluir.

Vou olhar o site que você indicou. Mandarei seu beijo para a Cica tb.

Aguardo novos comments.
Beijos.
Tigê.