segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O Realismo Político e o Brasil no Conselho de Segurança. - Parte 1

Creio que este artigo se faz necessário pois, em virtude de minhas leituras recentes, tenho pautado meus pensamentos a partir dos conceitos da "corrente realista" nas Relações Internacionais.


O que é o Realismo?

Realismo é um conceito com inspirações no pensamento maquiaveliano e que analisa o mundo pela ótica das relações de poder.
O maior teórico desta linha de pensamento no século XX chama-se Hans Morgenthau.

A frase de Maquiavel que resumiria esta corrente ideológica poderia ser:
"[na busca pelo poder] Os fins justificam os meios."

No ambiente da política externa é muito comum que seus dirigentes pensem desta forma.

Afinal, no mundo caótico das relações entre Estados, o objetivo principal é a busca pelo aumento e pela manutenção do PODER.

Quem tem poder quer mais poder, quem não tem quer tê-lo. Simples assim.

Visando este objetivo, tudo é válido.

Dois expoentes políticos adeptos destas idéias são:

Otto Von Bismarck, Chanceler prussiano do sec. XIX e principal responsável pela unificação alemã em 1870 e, na minha humilde opinião, o maior diplomata que já existiu.

Henry Kissinger, o Secretário de Estado dos EUA responsável pela condução das Relações Internacionais americanas durante a Guerra do Vietnã. A despeito da estupidez da guerra que dirigiu, é ótimo escritor e grande entendedor dos meandros desta corrente ideológica. Seu livro "Diplomacia" é um dos meus preferidos.

Com as informações advindas dessas leituras acabei por tornar-me um pouco mais cético quanto à maneira de condução da política externa, principalmente em se tratando do caso do Brasil.

A atual postura brasileira nas questões internacionais não parece condizer com os objetivos que aspira.

O principal sonho da Diplomacia Nacional é fazer parte do Conselho de Segurança da ONU.

Nesta busca, o Brasil tem pautado muitas de suas ações externas recentes. Lidera as Forças de Paz no Haiti; Colaborou com a redemocratização no Timor Leste; Envolveu-se na questão da sucessão hondurenha; Faz a ligação entre o “mundo árabe/muçulmano” e o Ocidente.....

Todas ações que visam, ao final, argumentos que ajudem ao país a convencer os membros do referido órgão a aceitá-lo como novo componente.

Podemos, no entanto, estar errando no cálculo.

(continua...)

2 comentários:

Anônimo disse...

Credo Tige! Elogiar o Kissinger..." adespeito da estupidez da guerra que ele conduziu"....poe ai; "a despeito dos 2 milhoes de vietnamitas mortos"...nem parece que fez PUC! heheheheheheheheh

Tigê Castro Sevá disse...

Taí o adendo. Mas o texto não é sobre a Guerra do Vietnã nem sobre a atuação politica de H.K., aqui a referência é como escritor e analista do Realismo Político.

Sua obra "Diplomacia" é fundamental para estudantes de RI´s e para todos que desejam entender sobre os ultimos 160 anos de História Mundial.
Não se pode ignorar isso.