domingo, 2 de agosto de 2009

Celso Amorim sentencia fim da Lua-de-Mel com os EUA. - Parte 1

Hoje, domingo, a Folha de S. Paulo divulga em sua capa entrevista com o Minístro das Relações Exteriores Celso Amorim (se Deus quiser, meu futuro chefe).

Divido com ele algumas preocupações relacionadas à postura que os EUA vêm projetando para a América do Sul.

Dentre os diversos assuntos em questão, pude destacar o crescimento da ação militar dos EUA no Cone Sul e as relações comerciais entre Brasil X EUA.

Falarei primeiro das relações militares.

No mesmo momento em que o Governo dos EUA anuncia a redução de seus efetivos no Oriente Médio surge a informação de criação de mais bases militares na Colômbia.

Significa que os EUA não estão menos bélicos por causa de seu novo presidente, apenas mudaram o foco e reforçaram seu papel de "policia das Américas", que já dura pelo menos cem anos.

O "Plano Colômbia" [de controle ao narcotráfico] já existe há bastante tempo, e se caracteriza por ser uma ação dos EUA em conjunto com o governo local para erradicar o tráfico de cocaína e desarticular as FARC´s (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) grupo terrorista que atua no país.

Já faz algum tempo que as FARC vêm perdendo seu poder de ação e sua importância tem caido ano a ano.

Isto justificaria uma retirada de tropas norte-americanas, todavia o que vem ocorrendo é justamente o inverso, os EUA estão levando mais pelotões ao país e construirão uma base aérea na região.

Esta atitude levanta algumas dúvidas, mas como o Governo Brasileiro não pode se pronunciar oficialmente antes de ouvir o que os EUA tem a dizer, fica "no ar" que a atual preocupação dos "ianques" no Cone Sul é mesmo a Venezuela e o Brasil (ou melhor, a Amazônia brasileira).

Desde a "Era Bush" os EUA não escondem suas desavenças com o governo do venezuelano Hugo Cháves, de fato, acreditam que este possui fortes ligações com o narcotráfico e com as "moribundas" FARC.

O Brasil, por ser um dos líderes do continente, tem motivos para preocupação. O chanceler brasileiro tem razões de sobra para exigir explicações dos EUA.

Resta saber se estas explicações serão dadas, e se serão convincentes.

(sobre as relações comerciais falarei no próximo post).

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