quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Amazônia deixará de existir se desmate chegar a 50%

O Técnico do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Gilvan Sampaio afirmou durante a Conferência "Amazônia em Perspectiva", ocorrida em Manaus, que se o desmantamento da Amazônia atingir os 50% do total da Floresta, o equilibrio do bioma será afetado e a Amazônia deixará de existir (tal qual a conhecemos hoje).

Aproximandamente 20% da Floresta já foi desmatada, o que significa que se mais 30% forem destruídos, poderemos ver o surgimento de um novo bioma.

(fotos de satélite e previsões por computador dão conta de duas florestas tropicais com uma área de deserto entre elas).

Segundo o INPE, poderemos ter esse cenário (catastrófico) nos próximos 50 anos.
O lado "oriental" (parte Leste) da Amazônia é o mais frágil, se não for protegido poderá ser o primeiro a deixar de existir.

Os novos cálculos também desmistificam a idéia de que a Floresta sempre se regenera.

Dependendo da área desmatada, a recuperação pode deixar de acontecer.....

Se analisarmos apenas a questão hidrológica, o índice pluviométrico (incidência de chuvas) cairá em até 40%.

Quando se fala que a Amazônia poderá "virar" cerrado, também é se comete um erro, pois a vegetação que se prevê ali é mais pobre do que o cerrado que conhecemos hoje.


Teoricamente estamos diante de uma equação matemática, até 50% não há problemas, menos de 50% há (muitos) problemas, mas não é tão simples.

A Amazônia é um bioma muito bem protegido "no papel".

Há uma infinidade de Unidades de Conservação, sua reserva legal é de 80%, e há uma série de punições para quem desmata irregularmente.

Mesmo assim, frequentemente os satélites flagram queimadas e desmatamentos ilegais em áreas protegidas e todo o tipo de crime ambiental. Punindo ou não os criminosos, a recuperação da Floresta é lenta, e pode não dar conta da pressão que exercemos sobre ela.

O Nordeste, região brasileira que já sofre com a seca, será a primeira a ser afetada de maneira jamais vista......

"O Sertão não vai virar mar, mas o mar pode acabar virando sertão".

(Com auxílio de fonte: Eduardo Geraque/ Folha Online - 22/11)

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