terça-feira, 4 de maio de 2010

A polêmica da limitação das armas. - Parte 1

É engraçado como, de tempos em tempos, algumas polêmicas do passado voltam à pauta com nova roupagem.

Deve ter isso que Nietzsche quis dizer com o "eterno retorno".

Agora os EUA se esforçam para emplacar uma nova política de limitação atômica. Criam-se novas regras e um belo discurso de "busca da paz" para justificar o controle da tecnologia atômica.

Os EUA até tentam dar o exemplo, afirmam que eles próprios estão reduzindo seu arsenal em 40%. Em breve serão "apenas" três mil ogivas atômicas.

Afirmam que só deixarão de ser uma nação nuclear quando todos os outros países do mundo assim o fizerem (e, convenhamos, isso nunca acontecerá).

Para mim, essa postura lembra muito a discussão ocorrida no final da década de 20, e que originou o "Pacto de Briand-Kellog".

A marca principal desse acordo era o de proibir a guerra como instrumento de política internacional (exceto em caso de auto-defesa).

O pacto surgiu como resultado das atrocidades ocorridas durante a Primeira Guerra.
O trauma vivido pelas nações foi tão grande que os países acharam que um documento assinado por (quase todos) as nações poderia impedir que o acontecimentos como a Grande Guerra de 1914 se repetisse.
Hitler, anos mais tarde, provou que esse tipo de tratado possui pouco ou nenhum efeito prático.

O primeiro passo seria definir o que era armamento de "defesa" e armamento de "ataque", para que depois fosse eliminado tudo o que fosse de "ataque".
Criou-se uma comissão na "Sociedade das Nações" (a antecessora da ONU) para efetuar a fiscalização de armas e exércitos.

Essa definição de "armas de ataque" ou de "defesa" era extremamente subjetiva.
Para a França - que sempre temeu a Alemanha - qualquer carro-de-combate alemão era arma ofensiva.
Já para a Alemanha, um Exército de cem mil homens era pouco para defender suas fronteiras do imperialismo francês ou do soviético.

O segundo passo foi definir o que seriam as guerras de auto-defesa.

O mesmo problema existente na questão dos armamentos repetiu-se na definição da "guerras defensivas".

(continua...)

Nenhum comentário: