segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A Seringueira do Brasil e a Biopirataria da Malásia.

Este tema de biopirataria sempre me interessou demais no âmbito das questões ambientais.

Na verdade tenho que começar este "post" com uma correção:
Oficialmente o termo aceito pela ONU e pela OMPI (Organização Mundial de Propriedade Intelectual) não e' "BIOPIRATARIA" e sim: "BIOGRILAGEM".
Enquanto a Biopirataria remete 'a corsários, piratas, papagaios e garrafas de Rum .
Biogrilagem significa tomar posse de algo "desocupado", que não possua controle ou legislação. (tem a mesma origem ideológica das terras da União griladas por fazendeiros).
A Biogrilagem é um ato imoral, mas, por ser um assunto com pouca legislação (e mesmo assim recente) nem sempre é proibida ou contra a lei . Um dia falarei só sobre esta definição.
Corrigido o equivoco relacionado à definição do termo voltemos ao assunto do "post".
Já comentei que o Governador do Amazonas Eduardo Braga falou coisas interessantíssimas em um programa da "Rede Bandeirantes de TV".
Um dos assuntos que me chamou a atenção foi o da "biogrilagem" da Seringueira brasileira pela Malásia.
Esse verdadeiro "assalto silencioso" à biodiversidade brasileira fez com que eles conseguissem clonar nossa árvore da borracha, e assim alcançar a liderança mundial da produção de látex.
O Sr. Eduardo Braga, indigna-se ao tratar do assunto, pois, com razão, temos um exemplo claro de desfavorecimento financeiro causado pelo roubo descarado de um produto genuinamente nacional que é a borracha.
Eu, como estudioso deste assunto, iria " às vias de fato" e tentaria conseguir (via tribunais internacionais) algum tipo de retratação financeira ante a Malásia pelo prejuízo econômico causado por este pais.
O Governador Amazonense, admito, foi mais politico e mais agregador (e talvez mais coerente).
Como as plantações de Seringa dos malaios são clones da mesma planta (uma única matriz contrabandeada), a tendência e', que com o tempo, elas percam produtividade .
Como só há um "cavalo" (ou seja, só uma planta matriz). Ela não possui "parceiro" para reprodução, e assim, a qualidade das plantas e de sua borracha diminui a medida que os anos passam.
Qual foi a solução que Eduardo Braga bolou:
Simples. O Brasil fornece aos malaios novas variedades de Seringa (de maneira legalizada), realiza parcerias em busca de melhoramentos genéticos das espécies seringueiras, e participa nos lucros advindos tanto da pesquisa, quanto da exportação de borracha dos malaios, na forma de "royalties".
Assim podemos lucrar com a planta que nos foi roubada e também permitiremos que os malaios não percam o mercado que já conquistaram.
Ao meu ver a ideia e' ótima. Todos ficariam "felizes" lucrariam com a venda, e com o fortalecimento de relações diplomáticas e comerciais entre os dois Estados Nacionais. De quebra, resolve-se um problema de "soberania biológica" de maneira civilizada.
Ao que parece, o governo malaio ainda não se manifestou em relação à parceria proposta.
Será que eles pretendem roubar outra de Seringueira daqui para manter a variabilidade genética de suas plantações sem ter partilhar os lucros de sua produção?

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito enteressante, realmemte a Biogrilagem é um termo usado recentimente, porém a pirataria biológica acontece desde muito tempo em nosso país, vale lembrar o exemplo da Inglaterra que uma vez piratiou nossas seringueiras, Hoje em pleno século XXI, cabe aos representates de nosso país buscarem soluções cabíveis para que esse tipo de barbarie, deixe de acomtecer.



Jader Salazar Cardoso



jader-sc@hotmail.com