O aquecimento global mudará o Polo Norte para sempre, e não estou falando apenas do aspecto ecológico da região, a geopolítica também vai esquentar.....
A Rússia sempre quis uma saída de mar "quente" para agilizar suas transações comerciais, o Mar do Norte fica congelado por volta de oito meses do ano, um grande complicador para a economia moscovita.
No século XIX (1854), a Rússia empreendeu contra a Turquia a "Guerra da Criméia" em busca dessa rota comercial permanente.
Uma coalizão de Inglaterra, França e Turquia impediu que os russos dominassem os desejados estreitos de Bósforos e Dardanelos, frustrando os sonhos de liberdade marítima do Czar.
Com o iminente derretimento do Polo Norte, sem esforço, a Rússia está conseguindo a sua tão sonhada saída comercial permanente.
Mas não é apenas uma nova rota que a Rússia deseja nessa atual fase do planeta.
O Polo Norte é uma área riquíssima em petróleo e gás natural - principalmente gás.
Supõe-se que 30% das reservas não exploradas de gás do Mundo estejam nessa região.
Todo esse pacote de combustível fóssil está sob de alguns metros gelo - que já começou a derreter.
Ao contrário do Polo Sul (que foi declarado "bem indivisível da Humanidade"), o Polo Norte é cobiçado por muitos países daquela região, agora será mais ainda.
A Noruega é o grande obstáculo dos russos nesse momento, pela proximidade geográfica, os "vikings" também desejam estabelecer controle dessa região.
Forma-se uma equação instável e altamente complexa. O desejo de combustíveis fósseis, de rotas comerciais somados a rivalidades históricas.
A Noruega foi palco de disputas entre nazistas e russos durante a Segunda Guerra, devastando o país e deixando grande ressentimento na população local.
Já é possível ter uma ideia do tipo de rivalidade que existe naquela região.
Um conflito por recursos naturais ou mesmo vias de acesso marítimo podem trazer grande intranquilidade ao Mar do Norte.
É o aquecimento global trazendo novos-velhos conflitos à tona.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
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