O Título da notícia remete aquelas "head-lines" do famoso (e extinto) jornal "Notícias Populares". Esclarecerei a "brincadeira"
Acontece que o pesquisador Carlos Nobre (do Inpe e do IPPC) afirmou recentemente que não seria necessário ao Brasil avançar sobre a Floresta Amazônica para ampliar sua fronteira agricola. Afirma que o país possui 750 mil km2 de áreas já desmatadas e sub utilizadas, que poderiam servir para pasto, produção de grãos e cana. Ocorre que um terço das áreas desmatadas está abandonada, ou com baixa utilização.
Segundo Nobre: "Não há justificativa econômica para a expansão da fronteira agrícola".
Os argumentos de Nobre não me surpreendem, aliás, vou mais longe.... a Amazônia, há milhares de anos, foi um oceano (ou foi parte de um), seu solo é ácido e pobre. Assim que a vegetação é retirada, queimada e substituída por pasto ela passa a perder o (pouco) valor nutricional que possui. O pasto que substitui a floresta não se sustenta por mais do que duas ou três temporadas, desta forma, os ocupantes destas terras têm que mudar de área para manter a produtividade de seu negócio (seja ele plantação ou pecuária).
A Amazônia não possui vocação agrícola e não deveria ser encarada como "nova fronteira agrícola". Todavia, se é para encarar a Amazônia como fronteira agrícola, melhor que seja em áreas já desmatadas, que não são poucas....
Fica para a Ciência (cartesiana) a solução para melhorar a produtividade de terras ácidas.
Melhor isso do que a devastação de novas áreas.
(Fonte: Correio Braziliense, 30-10)
terça-feira, 4 de novembro de 2008
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