A junção de conhecimentos entre um estudante de Relações Internacionais e um militar reformado parece dar resultados interessantes (post feito a partir de conversas com meu, experientíssimo, avô Chico) .
Os EUA estão em grave crise, essa semana foram rebaixados nos índices econômicos da Standard & Poor´s. A crise econômica se torna política, as soluções parecem paliativas, baseadas em modelos antigos e parecem não estar surtindo o efeito desejado. Os EUA estão envolvidos em 3 guerras. Não sairam do Iraque, não deram prazo para sair do Afeganistão e estão, ativamente, envolvidos na "Primavera Árabe" (mormente nas revoltas da Líbia). Os americanos gastam, em média, US$ 2 bilhões por dia (é por DIA, mesmo) com esses conflitos. Esforço que obriga a emissão perdulária de moeda.
É principio capitalista que as indústrias sejam parte da soberania de cada Estado. Os EUA tranferiam a maior parte das suas para outros países do globo, onde a mão de obra é mais barata. A consequência é que, atualmente, o Produto Nacional Bruto (PNB) é maior do que o Produto Interno Bruto (PIB).
O PNB é todo o lucro ganho por empresas de um país, em território estrangeiro, e enviado ao país da matriz. O PIB é toda a riqueza produzida dentro do território de um país. Ou seja, os EUA recebem mais dinheiro vindo de empresas americanas com fábricas no exterior do que com as que estão dentro de suas fronteiras. Os EUA recebem muito dinheiro vindo do pagamento de licenças de uso e Royalties, mas, não da fabricação direta do produto. Vejam o exemplo do Ipod. No verso do "gadget" está escrito: "Designed at Sylicon Valley - CA". "Made in China". Os empregos de criação estão nos EUA, são altamente remunerados, mas existem em menor número do que os empregos em produção, de remeuneração mais baixa, mas com maior número de pessoas envolvidas na cadeia produtiva, que estão na China.
A situação se repete quando se analisa o mercado de carros, o de roupas, o de eletro-eletrônicos....A única indústria 100% americana é a indústria bélica (por questões de soberania). O jeito mais racional de se manter essa indústria em ação é produzir armas e produzir mercados para elas, ou seja, fomentando guerras.
O maior problema é que financiar os outros aspectos das guerras é caro. Caimos, então, no "Dilema de Tostines":
O país não quebra se continuar incentivar a indústria interna; entretanto, a indústria interna (que é bélica) exige altos investimentos para se manter (e mesmo assim, nunca empregará a maior parte da população).
Não será surpresa se os EUA, em breve, passarem a invadir mais países em busca de "commodities" para sustentar sua economia. Que é uma das formas de se trazer o dinheiro que já esteve nos EUA de volta a seu território.
Temos, à vista, uma equação complexa e e explosiva.
Conversava, durante o último fim de semana, com o João Bacellar ( fotógrafo e amigo, desde sempre), chegamos à conclusão de que nossa geração corre grande risco de presenciar um desses momentos "vértice" da sociedade humana. Ele, mais otimista, vê a possibilidade de uma crise aos moldes do "Crash de 29"; eu, mais fatalista, acredito em algo com impacto social semelhante a uma nova "Revolução Industrial" ou uma ''Segunda Guerra". Isso não é para "agora", mas poderia ocorrer em 10, 20, 30 anos..... (assim penso eu)
No fim, espero que ele esteja certo, minha previsão é assustadora demais.
(Fonte Imagem: http://spb.fotolog.com/photo/27/9/125/ceboladoce/1298145481368_f.jpg)